quinta-feira, 1 de março de 2012

Filho de Rupert Murdoch é afastado do comando de unidade britânica

Pela primeira vez desde que Rupert Murdoch entrou no mercado jornalístico do Reino Unido, em 1969, nenhum membro de sua família terá alguma função direta na administração dos ativos jornalísticos da News Corp. no Reino Unido, que incluem os jornais "The Times", "The Sunday Times" e "The Sun".

A News Corp. movimentou-se, ontem, para afastar James Murdoch de seus jornais britânicos, abalados por escândalos. A companhia anunciou que ele deixará o cargo de presidente-executivo do conselho de administração da News International, a divisão de mídia do grupo no Reino Unido.

Dois políticos britânicos veteranos ligaram a demissão do filho do magnata da mídia à má publicidade provocada por inquéritos policiais e judiciais sobre procedimentos jornalísticos ilegais. Don Foster, membro da coalizão que apoia o governo britânico e porta-voz do Partido Liberal Democrata para questões envolvendo a mídia, disse que a saída do filho de Rupert Murdoch "tem toda a aparência de uma fuga dentro do porta-malas de um carro para longe da cena do crime".

Foster disse que a News Corp. precisa "deixar claro que a mudança [de James Murdoch] para Nova York não será uma barreira para se obter respostas, com ele assumindo a responsabilidade pelo aconteceu sob seu comando".

Investidores da News Corp. já discutiram a possibilidade de vender ou desmembrar a News International, em conversas com Chase Carey, o número dois de Murdoch, mas analistas duvidam que isso teria algum efeito efetivo em isolar o grupo da publicidade desfavorável.

Tom Mockridge, executivo-chefe da News International, continuará no cargo, mas vai se reportar diretamente a Carey, principal executivo de operações.

Uma onda de revelações envolvendo o "The Sun" colocou os jornais de Murdoch de volta ao centro das atenções. Nesta semana, um policial que lidera uma investigação sobre o pagamento de propinas por jornalistas da News International disse que o "The Sun" tinha uma cultura de pagamentos ilegais para uma rede de autoridades públicas, que era autorizada pela cúpula da empresa.

Carey disse nesta semana que está levando a sério os argumentos apresentados a ele e ao conselho de administração, por alguns investidores, propondo a venda das operações jornalísticas.

Harriet Harman, vice-líder do Partido Trabalhista, disse que James Murdoch "não tinha opção a não ser sair", dadas as contínuas alegações de grampos telefônicos por jornalistas do "News of the World", fechado no ano passado, e os pagamentos ilegais feitos pelo "The Sun".

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