A News Corp. movimentou-se, ontem, para afastar James Murdoch de seus jornais britânicos, abalados por escândalos. A companhia anunciou que ele deixará o cargo de presidente-executivo do conselho de administração da News International, a divisão de mídia do grupo no Reino Unido.
Dois políticos britânicos veteranos ligaram a demissão do filho do magnata da mídia à má publicidade provocada por inquéritos policiais e judiciais sobre procedimentos jornalísticos ilegais. Don Foster, membro da coalizão que apoia o governo britânico e porta-voz do Partido Liberal Democrata para questões envolvendo a mídia, disse que a saída do filho de Rupert Murdoch "tem toda a aparência de uma fuga dentro do porta-malas de um carro para longe da cena do crime".
Foster disse que a News Corp. precisa "deixar claro que a mudança [de James Murdoch] para Nova York não será uma barreira para se obter respostas, com ele assumindo a responsabilidade pelo aconteceu sob seu comando".
Investidores da News Corp. já discutiram a possibilidade de vender ou desmembrar a News International, em conversas com Chase Carey, o número dois de Murdoch, mas analistas duvidam que isso teria algum efeito efetivo em isolar o grupo da publicidade desfavorável.
Tom Mockridge, executivo-chefe da News International, continuará no cargo, mas vai se reportar diretamente a Carey, principal executivo de operações.
Uma onda de revelações envolvendo o "The Sun" colocou os jornais de Murdoch de volta ao centro das atenções. Nesta semana, um policial que lidera uma investigação sobre o pagamento de propinas por jornalistas da News International disse que o "The Sun" tinha uma cultura de pagamentos ilegais para uma rede de autoridades públicas, que era autorizada pela cúpula da empresa.
Carey disse nesta semana que está levando a sério os argumentos apresentados a ele e ao conselho de administração, por alguns investidores, propondo a venda das operações jornalísticas.
Harriet Harman, vice-líder do Partido Trabalhista, disse que James Murdoch "não tinha opção a não ser sair", dadas as contínuas alegações de grampos telefônicos por jornalistas do "News of the World", fechado no ano passado, e os pagamentos ilegais feitos pelo "The Sun".

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